sexta-feira, março 31, 2006
Anne
A 31 de Março de 1945 morria esta menina. Porque hoje é o dia - e porque nunca é demais recordar - aqui fica a homenagem. Um beijo, pequena grande Anne.
quarta-feira, março 29, 2006
Bom dia
Comentários:terça-feira, março 28, 2006
- Espanha não é um país fácil no que concerne a questões regionais. Sei-o. Há poucas semanas dizia no blog do Romano que Espanha é como uma grande manta de retalhos. Hoje mais que ontem, ou seja, com Zapatero mais que com Aznar.
Mas isso não significa que se deva seguir indubitavelmente com o referendo de que fala o Vitor. Fazê-lo seria abrir um precedente que levaria à mesma exigência – que já existe – por parte da Catalunha e à qual, quem sabe, se seguiriam a Andaluzia, Castela e Leão e por aí em diante.
Direitos dos povos? Quantos séculos temos que voltar atrás? Não há direitos dos povos, há direitos dos cidadãos.
- Confundir, hoje, os objectivos do grupo terrorista ETA com uma suposta independência do País Basco é um erro crasso. Há muito que a ETA deixou para trás tais intentos, divorciou-se deles. O único objectivo da ETA nos últimos anos foi subsistir, sobreviver.
- As bandas terroristas tendem, com o tempo, a amplificar as suas exigências. A ETA não é excepção. Fazem-no ao ponto de que, mesmo que os Estados de direito estejam dispostos a ceder (coisa que normalmente não devem fazer), não possam, uma vez que o que é pedido é completa ou parcialmente irrealizável.
- O terrorismo da ETA, como o terrorismo do IRA, não representa a vontade de um povo, muito menos de um pretenso Estado. O recente comunicado da organização terrorista, onde é declarado um cessar-fogo permanente, é tão ambíguo como oportunista. Vejamos: surge pouco tempo depois de aprovado o Estatuto da Catalunha, dias antes de Otegi – líder do ilegalizado Batasuna – ingressar na prisão e, mais grave, o seu conteúdo é torpe. A utilização de expressões como “processo democrático”, “responsabilidade”, “deixar de lado a repressão”, “construir uma paz baseada na justiça” é no mínimo caricata.
- O terrorismo costuma prosperar em tempos de transição política, como ocorre hoje no Iraque. A melhor forma de lutar contra o terrorismo é aquela que respeita a lei. E não sou quem o diz, é a História. Assim, não me parece – de todo – que o Estado espanhol (em conjunto com o francês) seja um mau exemplo de luta antiterrorista; nem sempre respeitou a norma, é certo; mas nem sempre é possível fazê-lo. E a sua actuação foi/é incomparavelmente menos repressiva que a protagonizada, por exemplo, pelas autoridades chilenas, durante as décadas de 60/70 para conter o fenómeno terrorista.
- O terrorismo não é um problema militar e, por isso, não deve ser combatido como tal. As células policiais, os Serviços Secretos, são fundamentais no desmantelamento destas organizações e existem várias técnicas para minar a estrutura das bandas terroristas tradicionais – porque falar da Al Qaeda é falar de um tipo de terrorismo global e diferente. Quem sabe numa próxima oportunidade..
Posto isto, e quando estas técnicas de desfragmentação resultam – como agora sucede em Espanha – negociar, ceder, pode ser extremamente perigoso. E aqui surge uma questão chave: a diferença entre diálogo e negociação. É óbvio que, por vezes, um Estado tem que dialogar com os representantes destas organizações. Mas normalmente este tipo de acção, do género “Quem são vocês e o que pretendem?” – que não supõe, à partida, qualquer entendimento – só costuma resultar nos primeiros anos de existência da facção terrorista, uma vez que, depois de criados os seus próprios mecanismos, os objectivos primeiros da banda – quando realmente existem – deixam de o ser.
Assim: negociar, nunca; dialogar, quando necessário. Ainda que a diferença seja ténue, existe. E deve ser tida em conta.
- Estou farto de escrever. Para terminar recordaria que a ETA não se interessa, pelo menos hoje, pelo povo Basco; que matou, até à data, 817 pessoas, sendo que quase metade eram civis; que a crescente extorsão aos empresários do País Basco – ridiculamente apelidada de Imposto Revolucionário – danou/dana a economia da região, instalando um clima de medo e afastando os investimentos; que há uma espécie de desconfiança espanhola para com os bascos, fruto da actuação irresponsável e danosa das juventudes do Batasuna; que é ridículo culpar os Estados pelos atentados terroristas que ocorrem nos seus territórios, porque essa é a lógica do terrorismo: a desejada transferência de culpa; que a ETA está derrotada e deve ser tratada como tal.
Enfim, que não há justificação para o terrorismo.
- Não vi o documentário que o Vitor sugere mas já estou a tratar de arranjar uma cópia. Todavia, não creio que uma obra, por belíssima que seja, vá alterar todo o enquadramento que tenho deste problema. Nunca fui ao país Basco, porque infelizmente não possuo fundos nem meios para viajar com frequência, mas aquilo que li/vi e o (recente) contacto com várias pessoas da região apontam no mesmo sentido, que é o da opinião que expresso.
- Dizer que “um Estado de direito é feito por "terroristas", isto é, gente que usa a violência e a força para atingir os seus objectivos” é de um anarquismo que não consigo qualificar. A comparação é perigosa, injusta, ofensiva e muitas outras coisas.
domingo, março 19, 2006
E com o coração a correr mais rápido que as palavras, ela disse que sim. Que passara, que – quem sabe – poderia vir, que os dois voltaríamos a ser um. Aqui, na cidade das ruas onde o sol também brilha de noite.
Espero-te em Salamanca, menina dos sonhos.
terça-feira, março 14, 2006
Bom dia
Comentários:sexta-feira, março 10, 2006
Vou ali viver e já volto.